Os resultados do primeiro semestre deste ano da Unipar Carbocloro deixam mais claro o novo patamar da empresa. Isso porque o lucro líquido consolidado da fabricante de soda, cloro e derivados foi de R$ 235,3 milhões – 295% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

O EBITDA é mais um indicador que mostra o crescimento da Unipar. Os R$585,3 milhões no semestre são 157% superiores ao do mesmo período de 2017.

Com os atuais resultados da empresa, em pouco tempo a dívida contraída para a aquisição da Indupa deverá ser quitada.

Assim, a questão será: crescer ou distribuir?

  • Crescer adquirindo novas empresas

fusão e aquisição

Recentemente, a Unipar ganhou destaque com as aquisições da Tecsis e da Indupa. A primeira trouxe sucessivos prejuízos à empresa e mostrou-se um péssimo negócio. Por isso, a fabricante de pás eólicas teve seu investimento encerrado pela Unipar mediante o pagamento de sua parte no patrimônio líquido negativo da empresa.

A aquisição da Indupa – segunda maior fabricante de PVC da América Latina – , por sua vez, é a grande responsável pelo aumento de lucro alcançado. 

Será que nos próximos anos compraremos uma nova Tecsis ou uma nova Indupa?

  • Aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas

Dividendos 4

Após distribuir – incríveis – R$ 5 por ação no ano passado, a Unipar deve diminuir a remuneração aos acionistas ao menos até quitar boa parte da dívida para comprar a Indupa. Uma vez resolvida essa questão, a companhia poderá usar o excesso de recursos para se tornar uma das maiores pagadoras de dividendos da bolsa.

Se isso ocorrer, teremos uma típica vaca leiteira fora do circuito de ações dependentes do governo, como elétricas e concessionárias de serviços públicos.

Para você, qual é a melhor opção? Crescer ou distribuir?

36 pensamentos

    1. Oi Osnerlio e Homesfer,

      Esperei para responder após ter ido na reunião pública da empresa, que foi dia 05 em São Paulo.
      Como é costume, a empresa demonstrou entusiasmo mostrando os planos de crescimento. Eles esperam que a fábrica na China cresça a 20% ao ano. Estão aguardando a aprovação do CADE da compra da Freemax e ainda pretendem fazer novas aquisições.
      Na minha opinião, faltou focar mais na lucratividade da companhia. Essa é justamente minha crítica à empresa:
      a empresa cresce, mas o lucro não acompanha. Há oito anos o lucro (descontando não recorrente) era quase o mesmo com a metade da receita líquida.
      Numa carteira com 30 ações, provavelmente eu teria Frasle ao preço atual. Numa mais concentrada, não.

      Abraço.

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    1. Acho pouquíssimo provável que as ações da Unipar voltem a ser negociadas por R$ 20,00. Com a compra da Indupa, o patamar de lucro da empresa aumentou muito.
      A governança é um quesito que também melhorou substancialmente.
      Considerando os múltiplos, a empresa ainda está descontada e, como eu argumento neste texto, a Unipar deve concentrar seus recursos para a quitação da dívida num primeiro momento. Só depois os dividendos devem aumentar.

      Abraço.

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    1. Mesmo após uma queda tão grande de preço, eu não considero a Ultrapar uma barganha.
      Os múltiplos de preço ainda estão altos, as margens são muito baixas e a dívida líquida é um pouco alta (quase igual ao patrimônio líquido)
      A empresa teria que crescer bastante para justificar esse preço.

      Abraço.

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      1. Realmente a UGPA3 está muito cara, com múltiplos esticados, situação semelhante a ABEV3, IRBR3, RADL3 e ODPV3.

        A UNIP3/UNIP5/UNIP6, apesar de o P/L e o P/VPA serem baixos, o dividend yeld dela já se apresenta baixo e a ideia de ação barata já não mais existe. Apesar de uma excelente empresa, nesses múltiplos é perigoso adquirir. O valor razoável de entrada seria na faixa de R$ 18,00.

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  1. Cara, desculpa fugir do tema, mas gosto do seu blog.
    Tenho uma dúvida : Caso eu admita que o economista Lee está certo e que a crise na Turquia seja apenas o começo de uma onda avassaladora que irá acometer o mundo em 3 anos, qual o porto seguro para colocar meu dinheiro? Ouro? Dólar? Imóvel?

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    1. Oi PH,

      Pelo que eu li sobre a previsão do Tim Lee, no primeiro momento o investidores vão fugir do mercados emergentes, como o Brasil, e vão migrar para os EUA. Nesse cenário, bastaria comprar dólar.
      No segundo momento da crise, mesmo o dólar deve se desvalorizar. Nesse caso, o ouro me parece mais indicado porque é uma reserva de valor que não depende dos governos, muito procurada em crises e tem boa liquidez.
      O imóvel tem problemas de baixa liquidez, que só piora em momentos de incerteza.

      Abraço.

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  2. Bom dia KB! Você considera que ao preço atual da UNIP6 ainda está barato? Pelos dados da empresa me parece ainda descontada, o P/L, por exemplo, é baixo. Como você enxera a elevação do dólar nos resultados da empresa? Bom seria essa empresa ingressar no novo mercado. E a nossa QUAL3, continuam batendo firme!

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    1. Oi Ivan,

      Sim. Na minha opinião, a Unipar é uma forte geradora de caixa, num setor com barreiras à entrada de novos concorrentes, fornecedora essencial de várias indústrias, o que diminui a dependência de um setor específico, e, como você disse, bastante descontada ainda em termos de múltiplos.
      Como os preços dos produtos são cotadas em dólar, a receita da empresa tende a aumentar com o aumento do câmbio. Já as despesas não são 100% dolarizadas. Assim, o lucro operacional sobe com o dólar.
      Além disso, a empresa vem melhorando a governança e começando a entrar em índice com o de Small Caps – dois fatos que devem aumentar o número de investidores e, consequentemente, o preço.]

      Sobre Qualicorp, realmente o preço já caiu mais de 50% em relação ao máximo do ano passado. No setor de saúde, não vejo nada com uma relação de risco/retorno potencial tão boa.

      Abraço.

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