
A Kepler Weber registrou no ano passado uma receita líquida de R$ 1,8 bilhão. O resultado, 48,1% maior do que em 2021, foi recorde histórico para a empresa do setor de soluções para armazenagem e pós-colheita de grãos.
“Tivemos o melhor ano da história da companhia e agora teremos uma safra recorde, ou seja, o déficit de armazenagem deve aumentar”, disse o diretor-presidente da Kepler, Piero Abbondi.
A expectativa é que a safra de grãos deste ano chegue a 320 milhões de toneladas. De acordo com a Kepler, o crescimento da safra é de, em média, 15 milhões de toneladas ao ano. Já o aumento da capacidade de armazenagem de toda indústria é de seis milhões de toneladas ao ano. Portanto, o déficit de armazenagem cresce em torno de nove milhões de toneladas por ano. “Somos parte da solução para reduzir esse déficit”, comentou Abbondi.

O EBITDA do ano foi de R$ 548,3 milhões, um aumento de 135,1% se comparado a 2021. O ROIC (retorno sobre capital investido) de 2022 aumentou 24,4% pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 103,8%.
Para este ano, Abbondi espera bons resultados. “O ano de 2022 foi histórico para a empresa. O agronegócio continuará pujante e a empresa está preparada para capturar essas oportunidades”, disse.
Além disso, é esperada a migração das ações para o Novo Mercado e o arrefecimento dos custos de produção, em especial do aço, o que favorece a rentabilidade.
Financiamento

Como forma de aumentar ainda mais a participação no mercado, a Kepler conta com o Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), em parceria com o BTG e o BNDES, em que serão disponibilizados até R$ 300 milhões em linhas de financiamento de 10 anos aos clientes, com 18 meses de carência e taxa a partir de CDI + 3,5% ao ano.
Os números, no entanto, não agradaram os investidores. As ações caíram 8,47% no primeiro pregão após o resultado.