As ações da operadora de telefonia fixa e móvel Oi sofreram queda brusca nos últimos dias. Somente em agosto, o preço de OIBR3 caiu pela metade – de R$ 1,56 para R$ 0,77 – com o boato de intervenção da Anatel e a retirada de sua concessão.
Em recuperação judicial desde 2016, a empresa fez um aumento de capital de R$ 4 bilhões no começo deste ano, que teoricamente garantiria o futuro da operações da companhia.
Mas, como a empresa segue gastando muito mais do que ganha, o problema parece ter sido apenas adiado. No segundo trimestre de 2019, a Oi conseguiu um EBITDA (métrica de lucro operacional) de R$ 1,2 bilhão, enquanto que o CAPEX (investimento em capital físico) foi de R$ 2,1 bilhões.
A solução deste quebra-cabeça passa pela aprovação do PLC (projeto de lei complementar) 79 e a venda dos ativos não essenciais da empresa.
O PLC 79, parado no Senado há alguns meses, autoriza a migração das atuais concessionárias de telefonia fixa, como a Oi, para o sistema privado e ainda permite a venda de bens da companhia. Com a aprovação, a empresa deixa de ser responsável por investimentos milionários na expansão e manutenção da rede telefonia fixa.
O plano da empresa é vender entre R$ 6,5 e 7,5 bilhões em ativos até o começo de 2021. Além disso, ela tem a receber R$ 2,1 bilhões em função de decisão judicial que exclui o ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins. Outro R$ 1 bilhão ainda é discutido na justiça.
Com uma dívida líquida de R$ 12,6 bilhões, o sucesso nessa empreitada e a redução dos custos deve ser mais do que suficiente tornar a companhia saudável novamente.
Resta saber se a empresa conseguirá colocar o plano em prática a tempo.