Há pouco mais de um ano, o KB Investimentos publicou o artigo “As 10 ações mais lucrativas da Bolsa”, em que elencava as empresas com maior rentabilidade listadas na B3.

Escolher ativos de empresas lucrativas é essencial para obter resultados consistentes. Quanto mais, melhor.

Mas lucratividade não é tudo!

O preço e as perspectivas futuras completam os três principais critérios para a seleção das ações de uma carteira.

Neste texto, vamos listar ações mais rentáveis do mercado nos quesitos margem líquida e ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido), levando em consideração os últimos doze meses, ou seja, do quarto trimestre de 2017 até o terceiro deste ano.

margem líquida, definida como o lucro líquido dividido pela receita líquida, mede quanto uma empresa consegue lucrar para cada real em vendas.

O ROE, medido pelo lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido, mostra quanto de resultado a companhia é capaz de gerar a partir de seu patrimônio.

Foram excluídas as ações que apresentaram lucros extraordinários no período, as holdings – como a Itaúsa – que apresentam receita líquida muito baixa, distorcendo seus índices, e as ações com liquidez muito baixa.

10º– CVC Brasil (CVCB3): Operadora e agência de viagens
ROE: 25,4%
Margem líquida: 18,6% 

 9º– Grendene (GRND3): Fabricante de calçados
ROE:
 17,8%
Margem líquida: 25,5%

 

8º – Ferbasa (FESA4): Mineração e metalurgia
ROE:
 20,1%
Margem líquida: 26%

7º – Cristal Pigmentos (CRPG5): Produtos químicos
ROE:
 30,8%
Margem líquida: 23,5%

 

6º – Engie Brasil (EGIE3): Geradora de energia elétrica
ROE:
 34,1%
Margem líquida: 26,4%

 

5º – Cielo (CIEL3): Soluções de pagamento eletrônico
ROE:
 32,2%
Margem líquida: 33,2%

 4º – Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. – TAESA (TAEE11): Transmissora de energia elétrica
ROE:
 22,6%
Margem líquida: 71,4%

3º – Wiz Soluções e Corretagem de Seguros S. A. (WIZS3): Corretora e seguradora
ROE:
 76,9%
Margem líquida: 29,5%

2º – Smiles (SMLE3):  Programa de fidelidade
ROE:
 61%
Margem líquida: 50,9%

1º – Multiplus (MPLU3): Programa de fidelidade
ROE:
 172,5%
Margem líquida: 33,5%

Pouca coisa mudou de lá para cá. Sete das empresas do ranking do ano passado continuam.

A Multiplus subiu três posições e assumiu a liderança. Ao passo que sua adversária no setor, a Smiles, manteve o segundo lugar. A corretora e seguradora Wiz completa o pódio.

Em comum, as três têm sua receita dependente majoritariamente de um único cliente e todas sofreram severas perdas no preço de suas ações por conta da ameaça de perda deste cliente. São bons exemplos de que alta rentabilidade não garante valorização das ações.

O setor elétrico continua com dois representantes: sai a AES Tietê e entra a Taesa, enquanto que a Engie continua. Duas outras novidades são o ingresso de Ferbasa e Cristal no ranking. Já Grendene e CVC continuam exatamente nas mesmas posições do ano passado, fechando a lista.

10 pensamentos

  1. Fala fera blz,
    Seguinte estou pensando seriamente em comprar ações da CRPG5, a Crystal.
    E difícil adivinhas como a empresa será daqui a algum tempo, pois o produto que ela venda e de difícil compreensão de mercado. Analisando a rentabilidade da empresa em um período grande ela não mudo muita coisa, mas nos últimos 2 anos a evolução foi linda.
    Pagando neste ano aproximadamente 4 reais de yield, o que me deixa entusiasmado. Porém esta tendo boatos de fechamento de capital em breve o que também me deixa muito preocupado. Conhece a empresa? Qual a sua opinião?

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    1. Para ajudar na sua tomada de decisão, eu indico a entrevista que fiz com o Diretor de Relações com Investidores da Cristal, Paulo Roberto Dantas Oliveira.
      https://kbinvestimentos.com.br/2018/07/03/kb-investimentos-entrevista-cristal-pigmentos-do-brasil/
      Na entrevista, ele diz que a empresa foca em produtos da “rota cloro” de maior valor agregado e que os principais concorrentes ficam fora da China.
      Na minha opinião, hoje a empresa é negociada a múltiplos baixos, o que confere uma boa margem de segurança
      ao investidor. Por outro lado, ela não tem controle sobre o mercado de seus produtos, portanto os preços esse cenário atual pode piorar. Então não é seguro esperar que estas margem altas se mantenham por muitos anos.

      Abraço.

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  2. Fala Kb.
    Olhando esse ranking acho que retirando as 2 primeiras por razões óbvias, o resto está com ótimo potencial. Olho particularmente para a Cielo. Uma empresa dessas do grupo top tem sido precificada prevendo um Amagedon!! Será que estou enxergando tão mal?

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    1. Oi Ivan,

      Concordo com você que o mercado já precifica o pior cenário para a Cielo.
      Bom preço e boa rentabilidade a empresa tem. Resta saber como ela vai lidar com o aumento da competição no setor.
      Acho que, ao preço atual, o risco de perder muito diminui bastante, mas me preocupa o fato da empresa ter dito que pretende baixar seus preços para ganhar market share. Essa estratégia tende a diminuir a lucratividade da companhia.
      Pessoalmente, eu prefiro ficar de fora por enquanto.

      Abraço.

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      1. Olá KB! Conheci recentemente seu blog e estou encantado com a qualidade das postagens.
        Gostaria de saber por que você prefere “ficar de fora” da Cielo por enquanto e qual o critério que você tem em mente – pelo menos a princípio – para considerar comprar tais ações.

        Tendo a concordar com o Ivan. Sendo uma empresa historicamente bastante lucrativa e até hoje bem administrada, parece-me razoável que ela continuará sólida e com boas perspectivas. Seus indicadores fundamentalistas são muito bons e, embora tenham surgido novos players no mercado, este me parece ter características de oligopólio. O fato de haver novos competidores no mercado, favorecendo um amadurecimento do mesmo, tende a reduzir os lucros da empresa mas, ao que tudo indica, ela continuará sólida e lucrativa. Certamente ela não sairá do mercado e as medidas anunciadas pela empresa para lidar com o novo cenário me pareceram bastante razoáveis e adequadas.

        Os preços da ação estão baixos, o que confere maior segurança ao investimento. Ela me parece uma opção de investimento adequada, especialmente para investidores menos capitalizados, como eu.

        Estou aprendendo com seu blog – obrigado! – e gostaria que você me desse um retorno, expondo o que pensa sobre o que eu disse aqui e respondendo às questões que coloquei.

        Abraço

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        1. Obrigado Arprin!

          Uma informação dita durante a apresentação dos resultados do terceiro trimestre me deixou bastante preocupado: a empresa disse que está disposta a diminuir seus preços para competir com os novos concorrentes.
          Caso isso ocorra, a tendência é que as margens da empresa caiam muito.
          Eu não conheço a fundo o setor, mas acredito que ele não tem a característica de oligopólio porque os lucros da Cielo já estão diminuindo com o aumento de competidores.
          Resumindo, eu prefiro esperar alguma indicação de que a empresa será capaz de ao menos manter o patamar atual de receita e margens para investir. Mesmo sabendo que hoje ela não é uma aposta muito arriscada a esse preço.

          Abraço.

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