“Alta de bancos impede queda maior do Ibovespa”.
A reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico escancara um fato que perdura: a alta concentração do índice de ações mais famoso do Brasil. O segmento bancário – que tinha uma participação de 28% do índice – passou a ter um peso ainda maior após o rebalanceamento realizado no começo de maio.
Em janeiro, sinalizamos que essa situação faz com que o Ibovespa não represente o desempenho da economia brasileira. Quadrimestralmente, o índice é revisado. Via de regra, saem as ações com menor Índice de Negociabilidade (IN), calculado segundo critérios de quantidade e volume financeiro dos ativos negociados, e entram aquelas que atingiram um valor mínimo.
Os detalhes do cálculo adotado pela Bovespa podem ser conferidos aqui.
Além disso, a cada quatro meses mudam os pesos de cada ação no índice, segundo o IN calculado no período anterior. Nesta nova carteira teórica, que passa a valer no quadrimestre que se iniciou em maio, destacamos:
- Aumento do peso do setor bancário no índice, que atingiu 29,4%
- Diminuição da participação das duas grandes empresas de commodities da bolsa – Petrobrás e Vale do Rio Doce
- A Ambev segue crescendo sua influência no Ibovespa e chega a 7,5%
- Bancos, Petrobrás, Vale e Ambev respondem por 54% do índice
Para construir o gráfico abaixo, a participação das ações preferenciais e ordinárias de cada companhia foi somada. No caso do Itaú Unibanco, adicionamos à ação da própria empresa (ITUB4) a participação no índice de sua holding – a Itaúsa (ITSA4).
Basta ver o gráfico para concluir que o índice Ibovespa segue altamente concentrado em poucas empresas e setores da economia.
E lembrar que Petro e Vale dominavam esse indice…
Pois é II. Há poucos anos, era a bolsa de commodities, com as empresas do grupo X também. Hoje, é a bolsa dos bancos.
Abs.